sexta-feira, 3 de abril de 2020

Religião - Semanas 1 e 2 - 3º Ano ensino médio - Manhã e Noite


ESCOLA ESTADUAL DE ENS. MÉDIO DR. OSCAR TOLLENS
RUA VIDAL DE NEGREIROS, Nº 432 – PARTENON
TELEFONE – (51)3384-7067


Componente curricular: Religião        Atividades 1 e 2     3ºANO EM

Queridos estudantes!!
Continuamos em isolamento social. Espero que estejam fazendo a sua parte e que este nosso isolamento seja muito eficaz para conter a disseminação do novo Coranavirus (COVID-19). Que este período seja breve e que possamos nos reunir o quanto antes. Saudade de todos!!
#FIQUEEMCASA!!!


Leia o texto abaixo e depois responda as questões propostas após o texto!!

A carta do chefe indígena
   A importância de se compreender a interação organismo/meio fica mais clara para um ser humano quando ele vive em contato com a natureza, longe dos grandes centros onde a tecnologia predomina. Para exemplificar isso, vamos reproduzir uma carta escrita por um chefe indígena da América do Norte que foi enviada em 1854 ao então presidente dos EUA, Franklin Pearce. Na ocasião, o presidente havia proposto ao índio a compra de suas terras, dando-lhe em troca uma reserva. A carta do chefe indígena tem sido amplamente divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos mais belos exemplos de consciência ecológica. Ela nos alerta para problemas ecológicos atuais decorrentes do despreparo do ser humano para compreender as leis da natureza. Apesar de escrita em 1854, seus ensinamentos são válidos até hoje. 
    Vamos analisar a referida carta que reproduzimos a seguir:
   “Como é que pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha.
   Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
   Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
   Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem essa bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem – todos pertencem a mesma família.
   Portanto quando o grande chefe de Washigton manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O grande chefe diz que nos reservará um lugar aonde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos.
   Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
   Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue dos nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se que ela é sagrada, e  devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos  e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
   Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
   Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outro, pois é um forasteiro que vem a noite e extrai da terra aquilo que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás o túmulo de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mae, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas, como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
   Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda.
   Não há um lugar quieto na cidade do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de flores na primavera ou bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu seja um selvagem e não compreenda. O ruído parece somente insultar os ouvidos e o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa a noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vente encrespando a face do lago e o próprio vento limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
  O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro – o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizando há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
   Portanto, vamos meditar sobre a sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
   Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.
   O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
   Voces devem ensinar as suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo que acontecer a terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmo.
   Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
   O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O Homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um dos seus fios. Tudo que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
   Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos, o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que possuem, como desejamos possuir nossa terra, mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contamine suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
   Mas, quando sua aparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela forca do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios seja todos domados, os recantos secretos da floresta densa sejam impregnados do cheiro de muitos homens e a visão dos morros seja obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência”.
  
RESPONDA

¨ Selecione trechos da carta escrita pelo índio em que fiquem registradas suas preocupações quanto ao despreparo do homem branco:
- para lidar com a terra;
- para entender a importância da preservação da qualidade do ar;
- em relação ao respeito aos outros animais.

¨ Comente o seguinte trecho de uma frase da carta: “(...) a terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra (...) todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.” Que noções estão embutidas nessas palavras?
¨ Comente este trecho da referida carta: “Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos”. Que mensagem está embutida nestas palavras?