quinta-feira, 4 de junho de 2020

ENSINO RELIGIOSO - 3° ANO ENSINO MÉDIO




ESCOLA ESTADUAL DE ENS. MÉDIO Dr. OSCAR TOLLENS
RUA VIDAL DE NEGREIROS, Nº 432 – PARTENON
TELEFONE – (51)3384-7067


Compone Religião    Profas.: Carolina e Margarida    Atividades 1 e 2 de Junho/2020     3ºANO Ensino Médio

Olá, como estão? Esperamos que estejam todos bem! Estamos muito felizes com nosso retorno as atividades. É muito bom retomar nosso contato!! Desejamos um bom retorno aos estudos!

Instruções:
Leiam o texto com atenção, copiem as questões no caderno e as resolvam.
Essas atividades avaliativas deverão ser entregues via e-mail atividadesfeitas.oscartollens@gmail.com até o dia 20/06, podendo ser em word ou foto do caderno. O assunto do e-mail deverá ser: atividade realizada da disciplina de religião e sua turma.

Religião e Ciência, contraditórias?
O ser humano sempre quis conhecer sua origem e seu destino, e a primeira forma de responder a suas indagações sobre o Universo, a realidade e a vida foram os mitos. Os povos antigos transmitiam seus conhecimentos através da mitologia, que influenciou a cultura de todos os tempos com suas explicações sobre a vida, a natureza, e a origem dos povos. Encontramos nos mitos importantes concepções da criação do mundo e do ser humano, que até hoje permanecem no pensamento humano.
O nascimento da filosofia e, mais tarde, da ciência trouxe uma forma diferente de explicar a realidade, mas não rompeu completamente com as explicações míticas. A filosofia não conta histórias, mas procura achar uma explicação racional para tudo. A ciência observa os fatos.
Atualmente, a ideia sobre o surgimento do Universo mais aceita cientificamente é a teoria do Big Bang: o Universo teria surgido há aproximadamente 20 bilhões de anos, em consequência de uma gigantesca explosão que produziu a matéria, o espaço e o tempo. Ele não teria sido criado nem organizado por um ser inteligente, mas seria resultante de processos casuais.
Segundo a ciência (e as narrativas míticas) o ser humano teria surgido muito tempo depois dos demais componentes do cosmo no processo evolutivo. Porém, não como filhos de Deus ou dos deuses, e sim como “filho” de uma lenta explosão da natureza.
Entretanto, é importante não perder de vista que a ciência, ainda hoje, não trabalha com verdades absolutas, mas com teorias aceitas provisoriamente. Os cientistas não têm uma resposta final a respeito de como e quando o Universo surgiu. Ainda há muitos estudos sobre isso.
Muitos pensadores consideram absurdo que algo surja do acaso e contestam a teoria de que o Universo não tenha uma causa inteligente. O padre católico Teilhard de Chardin (1881-1955) e cientistas como Albert Einstein (1879-1955) achavam possível conciliar a presença de um Deus criador com a ideia da evolução da natureza.
                Tudo na vida e na natureza pode evoluir e se modificar segundo leis naturais e físicas. Porém, isso exclui a presença divina no Universo e nas leis que regulam. Se há leis funcionando na natureza, quem as criou?
               
O que havia antes do tempo?
Em busca das origens do universo, cientistas e religiosos chegam a algumas conclusões muito parecidas. Algumas questões povoam a mente humana desde que os primeiros clãs se reuniram em torno da fogueira na savana africana. A mais intrigante delas é a busca pelo começo de tudo. Como foi criado tudo à nossa volta – e nós próprios, de onde surgimos? Ao olhar para o céu, dominado durante o dia pela bola dourada do Sol e, à noite, pontilhado de luzes, o homem primitivo encontrou elementos para especular. De forma instintiva, ele estava buscando respostas na porção visível do cosmo. É curioso que seja também no céu que a ciência moderna tem procurado respostas para as mesmas dúvidas primordiais da humanidade. Na maioria das culturas humanas, se não em todas elas, questões dessa natureza foram respondidas com o desenvolvimento do pensamento simbólico. Os povos antigos vislumbraram na natureza – no Sol, na Lua, nos trovões – entidades maiores e mais poderosas, capazes de interferir nos acontecimentos e destinos. Rituais foram criados para reverenciar e apaziguar essas entidades. Estavam criadas as religiões, que muitos estudiosos acreditam ser a gênese da civilização.
O mito da criação do universo e de tudo o que ele abriga está na base de todas as religiões. O homem atual muitas vezes despreza ou ridiculariza os mitos da criação porque eles trazem explicações diferentes daquelas oferecidas pela ciência. É preciso considerar, contudo, os cenários e as etapas do conhecimento humano em que esses mitos foram criados. Não faz muito tempo, os cientistas acreditavam que a Terra era plana, encontrava-se no centro do universo e tinha apenas 6 000 anos de existência. Não é que nossos antepassados fossem privados de curiosidade científica ou de raciocínio dedutivo. Ocorre que os mitos da criação surgiram em períodos nos quais muito pouco se sabia sobre as leis da física ou da química.
O dado surpreendente é que os pensadores do passado e os cientistas modernos chegaram a conclusões que, em última análise, são bastante similares. Cristãos, judeus, hindus, astecas e egípcios situam a criação num único momento inicial, ocorrido sob a vontade divina. Cientistas modernos, armados com as leis da física e a tecnologia de exploração espacial, também colocam a criação do universo num momento único, o Big Bang. Ele consistiu na súbita expansão de uma única partícula, uma bola de energia e matéria do tamanho de um bilionésimo de um próton. Esse elemento original é de tão difícil compreensão que é chamado de uma singularidade. O Big Bang, do qual temos conhecimento há poucas décadas, pode muito bem ser descrito pela primeira frase do Gênesis: "No princípio, Deus criou o céu e a Terra".
A semelhança entre a singularidade, a partícula que deu origem ao universo, e o pensamento de grandes teólogos chama atenção. Santo Agostinho, o maior dos pensadores católicos, vislumbrou no século IV um cenário bem próximo das explicações científicas sobre o que existia antes do Big Bang. Quando os fiéis perguntavam aos bispos de seu tempo o que Deus fazia antes de criar o céu e a Terra, recebiam a seguinte resposta: "Ele fazia o inferno para quem descrê dos mistérios da fé". Agostinho recriminava os bispos por darem uma resposta aparentemente tão profunda, mas que, para ele, refletia apenas a arrogância da ortodoxia. E saiu-se com a resposta que resvala na ciência: "Deus não fazia nada". "Mas então Ele passava o tempo todo de papo para o ar?", era a réplica mais freqüente. "Não", dizia Agostinho, "o tempo não existia." Antes da expansão da singularidade, diz hoje a teoria do Big Bang, não havia o espaço, as forças da natureza – nem o tempo. Glória a Santo Agostinho!
Nas últimas décadas, à medida que as sondas e os telescópios encontravam mais evidências do Big Bang pelo cosmo, muitos cientistas chegaram a se vangloriar de um falso feito. Uma vez que a física já explicou como nasceu o universo, não haveria mais lugar para deuses e mitos da criação. É notório que os cientistas consideram que em seu ofício não há lugar para o pensamento mágico. Mas, quanto mais exploram o cosmo, mais eles deparam com os mesmos mistérios de que tratam as religiões. Tudo indica que o universo nasceu com o Big Bang, mas o que existia antes dele? A resposta, tanto para os cientistas quanto para os metafísicos, é a mesma: nada. A questão é como algo pode ocupar um espaço que não existia. Após a expansão primordial, os instantes iniciais do universo foram de caos – uma sopa de energia e partículas em movimento. É uma descrição similar à dos primeiros momentos do universo feita por diversos mitos de origem, como o egípcio e o hindu.
As soluções científicas modernas para o nascimento do universo, a origem da vida e o surgimento da humanidade muitas vezes parecem extraídas de passagens bíblicas. O paleontólogo e pensador evolucionista Stephen Jay Gould, que lecionava na Universidade Harvard, embora ateu, especulava se o dilúvio bíblico não seria uma lembrança de uma grande transformação geológica ocorrida na Terra há 13 000 anos. O fato de as metáforas religiosas guardarem tantas semelhanças com as descobertas recentes da ciência talvez reflita os limites da capacidade da mente humana de lidar com assuntos dessa magnitude. Dado determinado problema, pode-se chegar a conclusões parecidas com instrumentos científicos ou simplesmente pelo raciocínio dedutivo, como fez Santo Agostinho. A diferença básica entre ciência e religião está em outra esfera: como entender a relação entre causa e efeito. Albert Einstein dizia que Deus não joga dados com o universo, ou seja, que as coisas não ocorrem sem uma causa. Todos os ramos da ciência compartilham dessa convicção. Já o pensamento religioso acredita que a causa de qualquer acontecimento ou fenômeno pode ser, simplesmente, a vontade divina. No princípio, era a partícula. Essa partícula será Deus?
Texto retirado da Revista Veja (Edição 2066, 25 de junho de 2008).


Responda as questões abaixo:

1. Após fazer a leitura do texto, você acredita que a relação existente entre a ciência e a religião são complementares ou contraditárias?

2. Cite duas semelhanças e duas diferenças entre religião e ciência.

3. Em busca das possíveis origens do universo, cientistas e religiosos sempre entraram em calorosas discussões e por vezes, chegaram a algumas conclusões muito parecidas. Comente este frase e exemplifique.



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