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ESCOLA ESTADUAL DE ENS. MÉDIO Dr. OSCAR TOLLENS
RUA VIDAL DE NEGREIROS, Nº 432 – PARTENON
TELEFONE – (51)3384-7067
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Compone Religião Profas.: Carolina e Margarida Atividades
1 e 2 de Junho/2020 3ºANO Ensino Médio
Olá,
como estão? Esperamos que estejam todos bem! Estamos muito felizes com nosso
retorno as atividades. É muito bom retomar nosso contato!! Desejamos um bom
retorno aos estudos!
Instruções:
Leiam o texto com atenção,
copiem as questões no caderno e as resolvam.
Essas atividades avaliativas
deverão ser entregues via e-mail atividadesfeitas.oscartollens@gmail.com
até o dia 20/06, podendo ser em word
ou foto do caderno. O assunto do
e-mail deverá ser: atividade realizada
da disciplina de religião e sua turma.
Religião
e Ciência, contraditórias?
O ser humano sempre quis conhecer sua origem
e seu destino, e a primeira forma de responder a suas indagações sobre o
Universo, a realidade e a vida foram os mitos. Os povos antigos transmitiam
seus conhecimentos através da mitologia, que influenciou a cultura de todos os
tempos com suas explicações sobre a vida, a natureza, e a origem dos povos.
Encontramos nos mitos importantes concepções da criação do mundo e do ser humano,
que até hoje permanecem no pensamento humano.
O nascimento da filosofia e, mais tarde, da
ciência trouxe uma forma diferente de explicar a realidade, mas não rompeu
completamente com as explicações míticas. A filosofia não conta histórias, mas
procura achar uma explicação racional para tudo. A ciência observa os fatos.
Atualmente, a ideia sobre o surgimento do
Universo mais aceita cientificamente é a teoria do Big Bang: o Universo teria
surgido há aproximadamente 20 bilhões de anos, em consequência de uma
gigantesca explosão que produziu a matéria, o espaço e o tempo. Ele não teria
sido criado nem organizado por um ser inteligente, mas seria resultante de
processos casuais.
Segundo a ciência (e as narrativas míticas) o
ser humano teria surgido muito tempo depois dos demais componentes do cosmo no
processo evolutivo. Porém, não como filhos de Deus ou dos deuses, e sim como
“filho” de uma lenta explosão da natureza.
Entretanto, é importante não perder de vista
que a ciência, ainda hoje, não trabalha com verdades absolutas, mas com teorias
aceitas provisoriamente. Os cientistas não têm uma resposta final a respeito de
como e quando o Universo surgiu. Ainda há muitos estudos sobre isso.
Muitos pensadores consideram absurdo que algo
surja do acaso e contestam a teoria de que o Universo não tenha uma causa
inteligente. O padre católico Teilhard de Chardin (1881-1955) e cientistas como
Albert Einstein (1879-1955) achavam possível conciliar a presença de um Deus
criador com a ideia da evolução da natureza.
Tudo
na vida e na natureza pode evoluir e se modificar segundo leis naturais e
físicas. Porém, isso exclui a presença divina no Universo e nas leis que
regulam. Se há leis funcionando na natureza, quem as criou?
O que havia
antes do tempo?
Em busca das origens do universo, cientistas
e religiosos chegam a algumas conclusões muito parecidas. Algumas questões
povoam a mente humana desde que os primeiros clãs se reuniram em torno da
fogueira na savana africana. A mais intrigante delas é a busca pelo começo de tudo.
Como foi criado tudo à nossa volta – e nós próprios, de onde surgimos? Ao olhar
para o céu, dominado durante o dia pela bola dourada do Sol e, à noite,
pontilhado de luzes, o homem primitivo encontrou elementos para especular. De
forma instintiva, ele estava buscando respostas na porção visível do cosmo. É
curioso que seja também no céu que a ciência moderna tem procurado respostas
para as mesmas dúvidas primordiais da humanidade. Na maioria das culturas
humanas, se não em todas elas, questões dessa natureza foram respondidas com o
desenvolvimento do pensamento simbólico. Os povos antigos vislumbraram na
natureza – no Sol, na Lua, nos trovões – entidades maiores e mais poderosas,
capazes de interferir nos acontecimentos e destinos. Rituais foram criados para
reverenciar e apaziguar essas entidades. Estavam criadas as religiões, que
muitos estudiosos acreditam ser a gênese da civilização.
O mito da criação do universo e de tudo o que
ele abriga está na base de todas as religiões. O homem atual muitas vezes
despreza ou ridiculariza os mitos da criação porque eles trazem explicações
diferentes daquelas oferecidas pela ciência. É preciso considerar, contudo, os
cenários e as etapas do conhecimento humano em que esses mitos foram criados.
Não faz muito tempo, os cientistas acreditavam que a Terra era plana,
encontrava-se no centro do universo e tinha apenas 6 000 anos de existência.
Não é que nossos antepassados fossem privados de curiosidade científica ou de
raciocínio dedutivo. Ocorre que os mitos da criação surgiram em períodos nos
quais muito pouco se sabia sobre as leis da física ou da química.
O dado surpreendente é que os pensadores do
passado e os cientistas modernos chegaram a conclusões que, em última análise,
são bastante similares. Cristãos, judeus, hindus, astecas e egípcios situam a
criação num único momento inicial, ocorrido sob a vontade divina. Cientistas
modernos, armados com as leis da física e a tecnologia de exploração espacial,
também colocam a criação do universo num momento único, o Big Bang. Ele
consistiu na súbita expansão de uma única partícula, uma bola de energia e
matéria do tamanho de um bilionésimo de um próton. Esse elemento original é de
tão difícil compreensão que é chamado de uma singularidade. O Big Bang, do qual
temos conhecimento há poucas décadas, pode muito bem ser descrito pela primeira
frase do Gênesis: "No princípio, Deus criou o céu e a Terra".
A semelhança entre a singularidade, a
partícula que deu origem ao universo, e o pensamento de grandes teólogos chama
atenção. Santo Agostinho, o maior dos pensadores católicos, vislumbrou no
século IV um cenário bem próximo das explicações científicas sobre o que
existia antes do Big Bang. Quando os fiéis perguntavam aos bispos de seu tempo
o que Deus fazia antes de criar o céu e a Terra, recebiam a seguinte resposta:
"Ele fazia o inferno para quem descrê dos mistérios da fé". Agostinho
recriminava os bispos por darem uma resposta aparentemente tão profunda, mas
que, para ele, refletia apenas a arrogância da ortodoxia. E saiu-se com a
resposta que resvala na ciência: "Deus não fazia nada". "Mas
então Ele passava o tempo todo de papo para o ar?", era a réplica mais
freqüente. "Não", dizia Agostinho, "o tempo não existia."
Antes da expansão da singularidade, diz hoje a teoria do Big Bang, não havia o
espaço, as forças da natureza – nem o tempo. Glória a Santo Agostinho!
Nas últimas décadas, à medida que as sondas e
os telescópios encontravam mais evidências do Big Bang pelo cosmo, muitos
cientistas chegaram a se vangloriar de um falso feito. Uma vez que a física já
explicou como nasceu o universo, não haveria mais lugar para deuses e mitos da
criação. É notório que os cientistas consideram que em seu ofício não há lugar
para o pensamento mágico. Mas, quanto mais exploram o cosmo, mais eles deparam
com os mesmos mistérios de que tratam as religiões. Tudo indica que o universo
nasceu com o Big Bang, mas o que existia antes dele? A resposta, tanto para os
cientistas quanto para os metafísicos, é a mesma: nada. A questão é como algo
pode ocupar um espaço que não existia. Após a expansão primordial, os instantes
iniciais do universo foram de caos – uma sopa de energia e partículas em
movimento. É uma descrição similar à dos primeiros momentos do universo feita
por diversos mitos de origem, como o egípcio e o hindu.
As soluções científicas modernas para o
nascimento do universo, a origem da vida e o surgimento da humanidade muitas
vezes parecem extraídas de passagens bíblicas. O paleontólogo e pensador
evolucionista Stephen Jay Gould, que lecionava na Universidade Harvard, embora
ateu, especulava se o dilúvio bíblico não seria uma lembrança de uma grande
transformação geológica ocorrida na Terra há 13 000 anos. O fato de as
metáforas religiosas guardarem tantas semelhanças com as descobertas recentes
da ciência talvez reflita os limites da capacidade da mente humana de lidar com
assuntos dessa magnitude. Dado determinado problema, pode-se chegar a
conclusões parecidas com instrumentos científicos ou simplesmente pelo
raciocínio dedutivo, como fez Santo Agostinho. A diferença básica entre ciência
e religião está em outra esfera: como entender a relação entre causa e efeito.
Albert Einstein dizia que Deus não joga dados com o universo, ou seja, que as
coisas não ocorrem sem uma causa. Todos os ramos da ciência compartilham dessa
convicção. Já o pensamento religioso acredita que a causa de qualquer
acontecimento ou fenômeno pode ser, simplesmente, a vontade divina. No
princípio, era a partícula. Essa partícula será Deus?
Texto retirado
da Revista Veja (Edição 2066, 25 de junho de 2008).
1.
Após fazer a leitura do texto, você acredita que a relação existente entre a
ciência e a religião são complementares ou contraditárias?
2.
Cite duas semelhanças e duas diferenças entre religião e ciência.
3.
Em busca das possíveis origens do universo, cientistas e religiosos sempre
entraram em calorosas discussões e por vezes, chegaram a algumas conclusões
muito parecidas. Comente este frase e exemplifique.
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